Após as agitações culturais do final dos anos 60 e a decretação do AI-5 em dezembro de 1968, alguns artistas que vinham batalhando no campo das artes viram os espaços se fecharem, e nesse contexto, adotar e explorar formas impressas de publicação foram essenciais para novos exercícios de linguagem, experimento e criação.
No labirinto da Tropicália de Oiticica, os caminhos apontavam para a contravenção em um Brasil moderno, onde as palmeiras e araras se chocavam com o barulho vindo de fora, estilhaçando as formas de se comunicar através das artes plásticas, da poesia, do cinema, da música brasileira e do rock – colocando o país na rota da contracultura.
Inventando e participando de jornais, revistas e almanaques, figuras que idealizaram e conduziram a Tropicália como Hélio Oiticica, Rogério Duarte, Torquato Neto, Waly Salomão, Caetano Veloso, Ana Araújo, Luciano Figueiredo, Óscar Ramos e tantos outros, pavimentaram um caminho que propôs novas formas de linguagem gráfica e visual no Brasil dos anos 70, construindo uma rede colaborativa de artistas e agitadores culturais que registraram o que ficaria conhecido como imprensa marginal ou underground.
Efervescentes e meteóricos, esses impressos circularam em poucas edições. Seus elos foram unidos ao trazer o experimental como estandarte, os exílios culturais e as experiências vividas como forma de resistência diante dos pesados anos de chumbo da ditadura militar no Brasil.
A curadoria é de Amanda Lucio (@floresnamente)
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